sexta-feira, 25 de maio de 2012


Alienado Mundial

Nossa vida nos mostra o mundo
Mostra qualidades e defeitos
Demonstra como se faz redondo
À força puxada sobre nossos atos

Atos vitais, em roteiro esquematizado
Sobressai olhares sorrateiros
Perseguindo nosso estudo
Perseguindo nossos vazios muros

Vivemos à base da tristeza
Comemos nosso perdão
Dormimos sobre nossa nobreza
Abraçamos nossa solidão

Sufocamos a gentileza
Apunhalando nossas certezas
Hoje sobrevivo do pensamento
Hoje respiro pelo filtro mental
Pressupondo a incompetência geral

Sigo estudando, sigo aprendendo
Mediocremente falando
Normalmente andando

Sobre minha agonia de ser alguém
Imploro ao perdão
Recém devorado sem compaixão
Uma agonia inútil e crítica
Exposta em catálogos publicitários
E descrita como um simples berçário

Simples, frágil e secretado
Depreciador de desconhecidos
Valorizador da fama
Criador de nossa imaginada renda
Impossibilitando nossa visão
Sobre o que na verdade somos...

Miguel de Almeida Franco

sábado, 5 de maio de 2012


Cemitério Natural

Campos lotados de vidas retiradas do chão
Pela sua raiz em imposição
Tombadas ao solo como dejeto
Empilhadas uma as outras bancando seus tetos

Cerca de defuntos e ao redor o nada
Campo vazio e incolor
Rastros de assassinos de estradas
Tristonhas e mortas sob os olhos de dor

Crise aumenta, morte junto a ela
Raspam cabeças verdes, vendem tudo
Usam a vida para dinheiro em sua tela
Eletrônica sem vida e valorizada mais que seu mundo

Sorte ou azar pairando em suas mãos
Escolhem a morte, preferem a riqueza
Dormem sob seus homicídios em vão
Empilhando corpos, erguendo sua fortaleza...

Miguel de Almeida Franco