segunda-feira, 23 de julho de 2012


Monotonia Descritiva

Frases soltas, deveras estantes
Rígidas pancadas, veladas e repugnantes
Trazem a dor fria e iminente
Do sofrimento preso pelos dentes

A duras penas cercam nossa visão
O sol impede o enxergar, tentativas em vão
Pelo vão da porta, entreaberta, torta
Gasta com pancadas de anos, morta

Pleno sentido de ver, uma passagem
Velo o ranger de suas entranhas
Pedidos e conserto, pedido de remontagem
Sopro de piedade, deliciando em suas façanhas

A simples porta, tento descrever
Arranhada em seus pés, frágeis e gastos
Experiência de séculos, descrições do ver
Descrições monótonas, secas, em restos
Supridas pela ignorância totalmente quieta
Varre sua varanda, de uma lado
Para o outro...
De um lado...
Para  outro...

Miguel de Almeida Franco

segunda-feira, 2 de julho de 2012


Conhecimento Sofrido

Fadas palavras transcritas com vigor
Breves conselhos mortos pela dor
Gritos sofridos embalados  com ardor
Sopro contidos nas palavras de rancor

O vento paira sob nossas cabeças
Invade o corpo cheio de nobrezas
Traz a paz vestida de pobreza
Desprezamos a esmola pedida com clareza

Leve suspiros de uma doce menina
Apaixonada no porto onde a lua a ilumina
Olhos repletos de paixão, paira nos sonhos
Leves e pacíficos, em campos, flores, moinhos

A tristeza fez do homem o conhecimento
O amor mostrou ao homem o sofrimento
Porém junto veio a alegria
Soberana musa do prazer
Junta cartas da nossa triste moradia
Impunha o punhal de sangue e lazer
Mata no imaginário mundo
Guia nosso barco até o outro lado

Miguel de Almeida Franco