sábado, 30 de abril de 2011

Perseguidores


Atento, despercebido e quieto

Nunca deixando olhares despertos

Tentando levar a vida sem um perigo

Sem nenhum amigo


Andando e olhando o mundo, jamais mudará

Uma vítima nova surgirá

E uma outra desligará


Mas mesmo ao se desligar

Algum perseguidor continuará

Até este finalmente se calar


Nesse mundo não se tem defesa

Somente uma proteção

Uma proteção temporária

Uma proteção diária


Nunca desatento ficar

Nunca olhares profundos rejeitar

Nunca perto dos outro desesperar

Nunca um perseguidor de tornar


Nesse mundo nada mudará

Um dia pode melhorar

Mas um perseguidor sempre existirá

E outras vítimas tentando se salvar


Miguel de Almeida Franco

sexta-feira, 22 de abril de 2011

O Mundo Aberto


Levantei em um lugar

Espreguicei pelo ar

Olhei o patamar

Olhei o meu sonhar


Andei e me cansei

Parei e me sentei

Pensei sobre aquele lugar

Pensei em tudo largar


Observei e me deitei

Uma mente aberta surgiu

Um branco me dominou

Quando percebi que nada me atingiu


Fechei os olhos e cochilei

Acordei com um pensamento

Acordei com uma ideia

Sobre um mundo calmo para se morar


Um mundo sem reclamar

Sem ninguém a se irritar

Um mundo sem destruição

Só um branco para se pensar

Miguel de Almeida Franco

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Rotina

Acordei, levantei e disparei;
Comi, e um leite eu bebi;
Escovei, me troquei;
O relógio eu olhei, então me apressei;

Sai, corri e o ônibus eu esperei;
Entrei e na janela me sentei;
Enquanto esperava eu observei;
Desci, corri em frente ao trabalho parei;

Dei meia volta e num banco próximo me sentei;
Pensei como todos são iguais;
Como todos conseguem sempre repetir;
Uma correria e como sempre uma rotina a se seguir.

Miguel de Almeida Franco

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Nova Emoção

Conspirando a favor de uma reconstrução;
Conspirando a favor de uma destruição;
Sempre tentando gritar;
Para uma nova emoção se criar;

Uma emoção descritiva;
Uma emoção demonstrativa;
Uma emoção que jamais será esquecida;
Sempre usada, mas jamais exagerada;

Que com ela tudo podia se entender;
Tudo poderia explicar;
Dúvidas não iriam permanecer;
A solução não iria complicar;

Jamais teremos;
Jamais sentiremos;
Mesmo se sentirmos;
Nunca saberemos como ocorreu;

Se algum dia alguém notar;
Se algum dia alguém usá-la;
Uma certeza disso pode-se tirar;
Humana ela nunca será, nem sentimentos terá.



Miguel de Almeida Franco